Descrição
A presente obra, do premiado poeta Políbio Alves, nos leva a uma travessia pelas entranhas da monstruosa face que os regimes ditatoriais assumiram no Brasil para manter no poder “grupos oligárquicos de mentalidade agropastoril, que dominam as finanças, o povo, o país”.
Enquanto os corpos dos estudantes assassinados boiam pelo rio Sanhauá, os soldados com capacetes de plumas alvas queimam os livros em Varadouro, um microcosmo que condensa a realidade sofrida por nosso país durante a ditadura militar.
Este relato não é apenas imaginário, ou de segunda mão, em 1968 Políbio foi preso e torturado, logo após a passeata dos 100 mil, por ter se indignado com o assassinato de seu colega, o estudante Edson Luis, assassinado com um tiro no coração no restaurante Calabouço.
Porém, para Políbio, não é só a dor do passado que continua insultando a dignidade das pessoas, mas também a dor que ressurge todos os dias. Nesta obra, 1964 não é um ponto fora da curva, assim, não serve para apagar, nem as cicatrizes da repressão da ditadura do estado novo, nem as infâmias cotidianas que persistem enquanto subsistir o modelo predatório capitalista em nosso país.
A leste dos homens é uma porrada, que causa aflição ao ser lido. É um livro para inquietar e para embrulhar nosso estômago. Faz parte de um rol de obras que nos permitem sair um pouco do cotidiano robotizado e pasteurizado e desvelarmos o sofrimento humano onipresente, a todo momento. Essa consciência é o que nos leva à luta.
Conheça mais sobre Políbio Alves, em, documentário produzido pela TV Cidade João Pessoa :
Rafael –
Muito bom!
Rafael –
Este livro é uma daquelas obras capazes de nos emocionar, de nos revoltar, de nos acordar da embriaguez na qual somos mantidos e olhar a vida como ela é… Recomendo muito!